Uma organização criminosa estaria operando de forma estruturada dentro do Grupo Chibatão, segundo aponta um inquérito da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), assinado em março deste ano por um delegado responsável pelas investigações. No centro do esquema está a advogada Erisvanha Ramos, apontada como mentora ao lado da filha, a empresária Isabele Simões de Oliveira, da arquiteta Jéssica de Almeida Oliveira e da estudante de medicina Thays Oliveira.
O grupo é acusado de montar um elaborado esquema de desvio de bens, fraudes documentais e lavagem de dinheiro. As quatro mulheres foram indiciadas por estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude processual, entre outros crimes correlatos.
De acordo com os investigadores, Erisvanha Ramos exercia o comando da organização, mas se mantinha nos bastidores, ocultando sua participação por meio de transações e negócios realizados em nome das demais integrantes. O objetivo era evitar exposição direta e dificultar o rastreamento das atividades ilícitas.
As investigadas atuavam com organização e divisão de tarefas, contando com o apoio de terceiros. O modus operandi incluía alterações societárias forjadas e simulações de transferências patrimoniais para ocultar bens, enganar credores e juízes, e dar aparência de legalidade a negócios fraudulentos.
Magistrado do TJAM recebeu veículo de luxo vinculado ao grupo
Entre os documentos já analisados, uma chamou a atenção das autoridades: a transferência de uma Land Rover Defender, modelo semelhante ao de 2025, avaliada em mais de R$ 700 mil. O carro, inicialmente registrado em nome da JF Navegação — empresa ligada ao Grupo Chibatão — foi transferido por Jéssica de Almeida Oliveira à empresa do marido, Yuri Barbosa, proprietário da revendedora Daniel Veículos.
Pouco tempo depois, o veículo foi repassado a um juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que atua em processos de interesse do grupo familiar. A transação está sob investigação, diante da suspeita de favorecimento e possível corrupção.
Desdobramentos judiciais e novas frentes investigativas
Além do inquérito criminal, Erisvanha Ramos é alvo de ações no TJAM que apuram a legalidade das alterações societárias realizadas no Grupo Chibatão. As evidências reunidas até agora sugerem a existência de uma rede criminosa com forte inserção no setor empresarial, utilização estratégica de pessoas próximas para ocultar a liderança e possível envolvimento de agentes públicos em posições-chave.
Fontes próximas ao caso indicam que novas revelações devem vir à tona nas próximas semanas. A expectativa é que as investigações ampliem o número de envolvidos e exponham, com mais clareza, o funcionamento e a extensão da organização criminosa.