O Governo do Amazonas encaminhou o jovem Elias Catique, de 12 anos, ao Hospital do Coração (HCOR), no Rio de Janeiro, para avaliação de um possível transplante cardíaco. O paciente, que nasceu com bloqueio átrio ventricular congênito total, é acompanhado desde os primeiros dias de vida pela Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), em Manaus.
A transferência ocorreu na última quinta-feira (1º), por meio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, com suporte de uma equipe médica especializada e dos pais do paciente. A ação foi viabilizada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), através do programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e da Central de Regulação.
A secretária estadual de Saúde, Nayara Maksoud, reforçou que Elias tem acompanhamento contínuo desde o diagnóstico feito ainda no pré-natal. A criança recebeu assistência integral da equipe multiprofissional da FHCFM, com mais de 50 profissionais envolvidos, incluindo pediatras, enfermeiros, cirurgiões cardíacos, fisioterapeutas e assistentes sociais.
A pediatra Ana Luiza Novelleto, que acompanha Elias desde o nascimento, explicou que o transplante é a única chance de sobrevida para o menino. “Ele fez a primeira cirurgia com dois dias de vida, e desde então estamos monitorando a evolução do quadro”, disse.
Os pais, Josimara Batista e Albismar do Nascimento, se mudaram de Tabatinga para Manaus para garantir o tratamento adequado ao filho. Emocionada, Josimara falou sobre a ansiedade que acompanha essa nova fase. “São 12 anos de luta, mas acredito na vitória dele.” Já Albismar agradeceu a dedicação dos profissionais envolvidos: “Todos se empenharam de verdade, fomos muito bem assistidos.”
A diretora da FHCFM, Roberta Nascimento, destacou que a preparação para o transplante vem sendo fortalecida pelo projeto Congênito, uma parceria entre hospitais públicos promovida pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS). “Todos os exames e avaliações necessários foram feitos em Manaus, e agora ele segue o plano terapêutico no HCOR.”
Segundo a cardiopediatra Clara Crubellati, o projeto Congênito tem funcionado na FHCFM desde 2024 e promove o intercâmbio entre profissionais do Francisca Mendes e do HCOR, tanto no atendimento clínico quanto na capacitação técnica das equipes.
