Crise na CBF: Justiça afasta Ednaldo Rodrigues e nomeia Fernando Sarney como interventor

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrenta mais um capítulo de instabilidade. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por meio do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, decidiu afastar Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da entidade. A decisão judicial também nomeia o vice-presidente Fernando Sarney como interventor, encarregado de convocar novas eleições no menor prazo possível.

                                                                             

A medida tem como base uma denúncia envolvendo suposta falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um acordo firmado no início deste ano. O documento foi essencial para encerrar uma ação judicial que questionava o processo eleitoral da entidade e permitiu a realização do pleito que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência em março. No entanto, segundo a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney, a assinatura atribuída a Nunes seria falsa, o que invalidaria o acordo e, por consequência, a eleição.

Um laudo pericial apresentado no processo reforça a suspeita de falsificação. Diante disso, o caso foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Gilmar Mendes, apesar de não afastar Ednaldo de imediato, determinou o envio do caso ao TJ-RJ para uma apuração “imediata e urgente” dos fatos. O desembargador Gabriel Zéfiro tentou ouvir o Coronel Nunes, mas seu advogado informou que ele não poderia comparecer por motivos de saúde, o que levou ao cancelamento da audiência.

Mesmo sem o depoimento do ex-dirigente, o magistrado optou por afastar Ednaldo com base nas provas já reunidas. Fernando Sarney assume interinamente com a responsabilidade de organizar uma nova eleição, visando restaurar a legitimidade da presidência da entidade máxima do futebol brasileiro.

Em nota oficial, Ednaílson Rozenha, integrante da nova chapa eleita para assumir o comando da CBF em 2026, afirmou que a decisão não afeta diretamente seu grupo e que a posse estatutária do próximo mandato está prevista para março de 2026. Ele destacou que seguirá acompanhando os desdobramentos com responsabilidade, reafirmando o compromisso com a estabilidade institucional da entidade.

A crise reforça a necessidade de mais transparência e governança dentro da CBF, entidade que há anos enfrenta turbulências em seus processos internos. A situação atual também coloca em xeque a condução do futebol brasileiro e sua imagem perante a comunidade esportiva nacional e internacional.

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