A taxa de desemprego no Brasil subiu para 7% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da PNAD Contínua divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa um aumento de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao último trimestre de 2024 (6,2%), encerrado em dezembro. No entanto, quando comparado ao mesmo período do ano passado, houve queda de 0,9 p.p., já que a taxa era de 7,9% no primeiro trimestre de 2024.
Apesar da alta no trimestre, este é o menor índice para primeiros trimestres desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Ao todo, 7,7 milhões de brasileiros estavam sem emprego entre janeiro e março deste ano — um aumento de 13,1% (mais 891 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior, e uma redução de 10,5% (menos 909 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2024.
A população ocupada no país somou 102,5 milhões de pessoas. Houve queda de 1,3% (menos 1,3 milhão) no trimestre, mas crescimento de 2,3% (mais 2,3 milhões) no ano. Com isso, o nível de ocupação, que representa o percentual de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando, ficou em 57,8%.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o aumento no desemprego no início do ano segue um padrão sazonal, quando há o encerramento de contratos temporários firmados no fim do ano anterior. Ela destacou que, mesmo com a retração da ocupação, o número de trabalhadores com carteira assinada se manteve estável, o que indica um mercado ainda aquecido.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 39,4 milhões, mantendo estabilidade no trimestre e registrando crescimento de 3,9% (mais 1,5 milhão) em relação ao primeiro trimestre de 2024. Já o total de empregados sem carteira assinada chegou a 13,5 milhões, uma queda de 5,3% (menos 751 mil pessoas) no trimestre, mas com estabilidade na comparação anual.
A taxa de informalidade ficou em 38%, o que representa 38,9 milhões de trabalhadores. O número é semelhante ao registrado no mesmo período de 2024 (38,9%) e ao do trimestre anterior (38,6%).
O rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas atingiu R$ 3.410 no trimestre encerrado em março, o maior valor da série histórica. Houve crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 4% na comparação anual. A massa de rendimentos — que soma os ganhos de todos os trabalhadores — foi estimada em R$ 345 bilhões, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,6% (R$ 21,2 bilhões) frente ao ano anterior.
No setor público, o número de ocupados chegou a 12,5 milhões, com queda de 2,3% (menos 289 mil pessoas) no trimestre e alta de 3,7% (mais 444 mil) no ano. Já os trabalhadores por conta própria totalizaram 25,9 milhões, apresentando estabilidade no trimestre e aumento de 2% (mais 496 mil pessoas) em relação a 2024.
A população fora da força de trabalho — ou seja, pessoas com 14 anos ou mais que não estão ocupadas nem procurando emprego — somou 67 milhões, alta de 1,2% no trimestre e estabilidade na comparação anual. Desse grupo, 3,2 milhões são considerados desalentados, ou seja, pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar por acharem que não conseguiriam uma vaga. Esse número representa um crescimento de 6,6% no trimestre e uma queda de 10,2% no ano.
A taxa de subutilização da força de trabalho — que considera desempregados, subocupados por insuficiência de horas e pessoas que poderiam trabalhar, mas não estão disponíveis — ficou em 15,9%, aumento de 0,6 p.p. em relação ao trimestre anterior (15,2%), mas uma queda de 2 p.p. frente ao mesmo período de 2024 (17,9%). O número total de pessoas subutilizadas no país foi estimado em 18,5 milhões.